quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Edenilson Francisco Polari: beleza inesquecível

Conheci Edenilson Francisco Polari, o Xuxa, em 1996. Na época, ele era, na minha opinião e na de vários, o moço mais bonito de Catanduva.
Xuxa desfilou várias vezes como modelo do Coliseu Studium e foi selecionado por uma agência de modelos de São Paulo.





Na época, ele fez este book em São Paulo, quando já era meu namorado. Lembro-me como se fosse ontem, quando chegou a casa, contando, que foi tudo um alvoroço, uma correria. Chegaram e mal tiveram tempo de 'se arrumar'. Foi só dar uma molhadinha no cabelo e pronto.





Xuxa fez várias fotos também com Márcio Costa. Já postei algumas neste blog e postarei mais futuramente. Mas decidiu não seguir a carreira de modelo, para dedicar-se a suas duas paixões: eletrônica e teatro.





Xuxa e eu nos amamos e nos casamos no dia 16 de novembro de 2002. Vivi 10 anos com ele - os melhores da minha vida. Viajamos muito por este Brasil. Ficamos apenas três anos casados, mas desde que nos conhecemos nunca mais nos separamos, por isso considero que estive unida a ele durante 10 anos (fisicamente falando).
Gostávamos de ir a peças de teatro e a shows de bandas legais no SESC de Catanduva, que sempre tinha - e tem - uma programação legal pra esse público alternativo.
Essa bermuda grunge eu guardo até hoje de recordação.





Com o Xuxa eu conheci o significado amplo do termo "beleza", que vai além da beleza física. A beleza do Xuxa transcendia. Seus olhos eram lindos não só porque eram de um azul profundo encontrado só no Mar Egeo, mas porque brilhavam pureza e sinceridade. Eram verdadeiras janelas de sua alma. E através dele eu podia ver tudo de bom que tinha dentro do coração dele.
Em 10 anos de convivência, Xuxa nunca me frustrou. E se pudesse elencar defeitos, com toda a honestidade de meu coração, eu diria apenas: distração. Ou ainda: confiança demais nos outros. Ou ainda: dificuldade em dizer "não".
Mas o Xuxa não tinha nenhum defeito que pudesse magoar ou machucar alguém. Ele era um anjo na Terra. Uma pessoa dedicada a fazer a vontade de Jesus no mundo e que, através de suas atitudes, demonstrava possuir e praticar todos os frutos do Espírito Santo de Deus: bondade, justiça, alegria, mansidão...
Xuxa era um conciliador, alguém pacífico que nunca brigou com ninguém, nem falava mal de ninguém. Era franco. O que tinha pra dizer, com seu sorriso lindo e jeito manso, falava face a face, com amor, com jeitinho.
Xuxa era doce e tão gente, tão homem, tão humano.
Xuxa era amável. Era tão, mas tão fácil amar o Xuxa, porque ele estava sempre disposto a cooperar, a ajudar como pudesse a quem precisasse. Estava sempre preocupado não só consigo mesmo, mas com os problemas dos outros.
Quantas vezes não ouvi: "Ai, Dri... Como será que o fulano vai fazer pra resolver isso... Coitado...". E o rosto dele se entristecia...
Agora francamente me responda: quantas pessoas você conhece aqui na Terra que são capazes de ter tamanha empatia com a dor do outro, mesmo com pessoas que não são tão próximas assim?
Xuxa era também alguém que zelava por seu trabalho. Queria fazer tudo bem feito. E quando não era bom o suficiente naquilo, ele se esmerava. Estudava, estudava. Ensaiava, ensaiava. Uma, duas, três, 10, 20 vezes, até ficar bom. E não é que ficava?
Xuxa não se ofendia quando lhe corrigiam. Ao contrário, tentava sempre ser uma pessoa melhor a cada dia, sem nunca, jamais, se orgulhar disso.
Xuxa era humilde e sempre considerava os outros superiores a si mesmo. E eu sou prova disso pois dormi com essa pessoa por noites e mais noites e mais noites. Até que tive que passar a dormir sozinha, em noites de horror, durante um bom tempo, por causa da irresponsabilidade de uma pessoa que lhe tirou a vida num acidente na rodovia, em janeiro de 2006.





Como dizia Renato Russo, o qual ouvíamos tanto: "É tão estranho... os bons morrem antes...". No meu caso, pude comprovar isso. Mas como acredito na vida após a morte e que os que morrem em Cristo tem a vida eterna, eu não vejo o Xuxa como morto, apenas como separado de mim provisoriamente.
Pra mim ele será pra sempre jovem, do jeitinho que está nessas fotos, enquanto eu ainda estou envelhecendo, neste corpo corruptível.
Guardo comigo as mais maravilhosas lembranças, as quais jamais esquecerei, até o dia que o verei novamente.
Por quê? Porque o Xuxa era - e é - simplesmente inesquecível! Ninguém que tenha olhado pra esse rosto seria capaz de esquecer. Que dirá eu, que o amei, com infinito amor. Um amor tão intenso que quase me matou de desgosto. Mas ao mesmo tempo um amor tão intenso que foi capaz de me renovar e de me encher novamente de esperança e de vontade de fazer tudo o melhor que posso, seguindo os passos dele, que por sua vez seguia os passos de Jesus.
E não é que foi isso que ele cantou pra mim no dia do nosso casamento?

"Mar sob o céu, cidade na luz
Mundo meu, canção eu que eu compus
Mudou tudo, agora é você
A minha voz, que era da amplidão
Do universo, da multidão
Hoje canta só por você
Minha mulher, meu amor, meu lugar
Antes de você chegar era tudo saudade
Meu canto mudo no ar faz do seu nome hoje o céu
Da cidade
Luar no mar, estrelas no chão
A seus pés, entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você
Levanta o sol do meu coração
Já não vivo, nem morro em vão
Sou mais eu porque sou você".
(Sou você - Caetano Veloso)

E não é que foi isso que eu entendi quando o visitei no hospital já em coma? "Eu sou você". Só podia ser isso. Porque eu era capaz de sentir cada dor, e muito mais do que ele que já não podia sentir nada. Mas era como se eu, vendo cada fratura, cada machucado, cada atadura, pudesse sentir como se fossem mil facas me revirando as tripas e esmagando por dentro todos os meus órgãos.
Olhei pra ele inerte na cama da UTI e desejei tão profundamente trocar de lugar com ele. Ah... os amantes... se eles pudessem... deixariam este mundo de cabeça pra baixo, invertendo a ordem natural da vida, das coisas, de tudo, dos mistérios os quais não conheceremos nesta vida e que, nesta vida, não podemos mudar ou entender, só tentar aceitar e conviver com a dor, deixando-a guardadinha num quarto, num sotão, enquanto a gente recebe as visitas das alegrias, das surpresas boas, na varanda do nosso coração.
É assim que eu guardo o Xuxa em minha vida, em meio a esta vida que eu continuo vivendo aqui na Terra, tendo meus momentos de felicidade e dedicando meu amor também a outras pessoas.
Mas jamais esquecendo, jamais esquecendo... Porque morrer mesmo, morrer de verdade, não é parar de respirar. Morrer é ser esquecido. Eu não poderia nem conseguiria fazer isso com o Xuxa. Se o preço que tenho que pagar por lembrar dele pra sempre é sentir dor, então eu fico com a dor, mas fico com a única coisa dele que restou pra mim, que é a lembrança dele, que é esse orgulho que eu sinto por ter sido sua mulher, por ter sido tão amada sem merecer.
Ninguém no mundo foi mais amada do que eu. Pode até existir alguém que tenha sido amada tanto quanto, mas mais do que eu impossível.
E eu também te amei e te amo, Xuxa, pra sempre, meu anjo, meu amor, pra sempre lindo, pra sempre fashion, pra sempre belo, e agora perfeito. Você era quase, mas não era perfeito. Você, como todos nós aqui neste mundo, estava morrendo um pouquinho a cada dia. Agora está perfeito. Nada mais pode te ferir ou te tirar dessa beleza toda. Você é a pessoa mais bonita que eu já conheci neste mundo.
Termino este post com outra música que foi cantada no nosso casamento, pelos meus amigos Fabiano e Josi Coimbra: Todo Sentimento, de Chico Buarque.
Detalhe para o ipê amarelo, que vimos seis anos antes da sua partida, em meio ao cerrado da Chapada dos Guimarães, nossa última viagem. A nossa próxima viagem... mal posso esperar...






2 comentários:

  1. Que saudadessssssssssssssss! Lembro-me como se fosse agora tb qdo nós nos encontramos na casa do Lu pra iniciar uma confraria do chocolate...ja q eramos chocolatras de plantão....tdo mundo ja se conhecia sem saber...eheh... foi uma época de mta risada...de mta troca ...de mto amor! ...mtas saudades!

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    1. É mesmo, Elen, tenho mtas saudades... e pensar q akele tempo nao mais voltará... Mas espero q ainda tenhamos outras alegrias...

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