Catanduva consolida sua vocação em turismo de eventos com Festa Italiana

Fui na festa de San Genaro de Catanduva semana passada. E de funiculi em funiculá eu fui gostando. Não tenho um cisco de parmesão ralado no meu DNA, mas adoro a cultura italiana. A música tradicional do folclore italiano emocionou a plateia, formada majoritariamente de famílias de ascendência italiana, mas também tinha italiano moreninho, italiano de olhinho puxado, italiano de tudo que é jeito lá.
A comida estava ótima. Aliás, quem não gosta de chocolate, vinho e comida italiana bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé na tarantela.
Comi uma lasagna do Italia in Box, do meu amigo Deva, italianíssimo. Tava tudo "íssimo", bello! Capisce? Ô io no capito? Se escrevi errado, alguém me corrija. Sinal que estou precisando de umas aulinhas de italiano lá na Sociedade Ítalo-Brasileira Gabriele Danunzio, ponto turístico de Catanduva. Mas ainda estou falando melhor que o Marcelo Ribeiro, que não entendia "una bella polenta", em português "uma bela polenta". Ê, Marcelo... que pena que o Padre César já não está mais entre nós pra te dar um croque e dizer: "Ô, ô, meninô!". Brincadeirinha... desde 1992 eu torro a paciência do Ribeiro.

E por falar nisso, aquele pedaço da cidade é muito bonito, com este prédio de arquitetura antiga e bem preservada, cuidado com tanto carinho. Que assim continue. Gosto de ver a cidade se encontrando com suas raízes, valorizando o que ela tem de bom, cultivando tradições que podem revelar sua vocação turística no âmbito das festas, como acontece nas cidades gaúchas e catarinenses, com suas festas do chocolate, do marreco, da cerveja, etc.

Os catanduvenses de ascendência italiana, devidamente trajados. Super fashion a camiseta da festa, com o desenho da bandeira do Brasil se misturando ao da Itália. Parabéns aos organizadores, em especial ao meu amigo Felipe Boso Brida, que estava pra lá e pra cá lá, volando... Analisando tudo isso e o currículo dele, tem horas que eu acho que ele tem 8 irmãos gêmeos e está escondendo da gente.

Milão foi a única cidade italiana pela qual passei, de passagem para encontrar o Ares, meu atual marido, pela primeira vez, em Istambul. Foram dias loucos pela capital italiana da moda. Dizem que Milão é a São Paulo da Itália, a parte industrial e mais sem graça - dá pra entender dando uma olhada nas fotos de outros locais da Bota - mas mesmo assim a cidade guarda seus segredos, com prédios cuja arquitetura lembra o da Sociedade Italiana de Catanduva, pessoas nas ruas que lembram os catanduvenses e surpresas como este castelo da foto.

Em julho, a cidade fica vazia, porque italiano adora viajar e conhecer lugares novos, seja no próprio país deles ou no dos outros. Ainda assim, os táxis não se entendem na própria cidade, que é antiga e cheia de curvas, ruelas, uma bagunça. E é um tal de "porca miséria" pra cá, "porca miséria pra lá". Até chegar um ponto de eu dizer: "Olha, moço, se o senhor não sabe o caminho, me deixa aqui mesmo que eu me viro". Nessas horas até dava saudade da eficiência dos táxis de São Paulo.

As lojas das grandes marcas que você baba nos desfiles e nos editoriais da Vogue estão aqui. Atrás de mim, a loja da Cavalli, que eu amo, com várias fotos de Kate Moss.
Alguns brasileiros relataram alguns casos de péssimo atendimento nas lojas. Um dos vendedores se recusou a vender um lenço à turista brasileira porque o relógio acusava exatas 6 da tarde. Ela ainda insistiu, com o dinheiro em mãos: "Mas eu vou levar, é só o senhor me dar o lenço e pegar o dinheiro da minha mão". Com uma cara de poucos amigos, o vendedor respondeu: "Eu não vou vender pra senhora. Eu estou fechando. Adio". Então tá, né. Vai ver ele estava bravo porque não viajou nas férias.Vai ver queria estar nesta praia paradisíaca da Sardegna. De qualquer forma, os NOSSOS italianos são bem melhores que os DELES. E punto!