quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Fashion History: Hugo Boss e a Gestapo
Você gosta do perfuminho acima? Hmmm, eu também.
Pra dizer a verdade, Hugo Boss foi o primeiro perfume que me marcou.
E as roupas da Hugo Boss, você curte? Hmmm, eu também.
Mas e se eu te mostrasse uma foto assim:
Tenso, né?
Pois foi assim que ficou o clima no GQ Men of the Year Award, quando Russell Brand, o moço aí em cima, fez um comentário irônico que o levou a ser expulso da festa. Veja o que o ex de Katy Perry disse: "Se alguém aqui sabe alguma coisa de história e moda sabe que foi Hugo Boss quem fez os uniformes dos nazistas, mas vamos admitir, eles ficavam fantásticos vestidos naqueles uniformes, enquanto matavam pessoas por causa de sua religião ou sexualidade".
Méo Déos, será que o moço enlouqueceu? O que ele tem na cabeça? Titica de galinha?
Não. Ele estava certo.
Este é Hugo Boss, que no final dos anos 20 estava totalmente falido, com sua fábrica de roupas sem ter um gato pra chamar de Chaninho. Até que em 1931 ele se filiou ao partido nazista e assim a fortuna sorriu para ele. Os detalhes da história são ainda mais sórdidos. Devido à guerra, mão-de-obra para trabalhar na fabricação dos uniformes era escassa. Por causa disso, Martin Eberhard, funcionário responsável por contratar trabalhadores, por pelo menos duas vezes, deixou a Gestapo e viajou até a Polônia, onde rendeu e acorrentou poloneses, que foram levados a Metzinger e confinados num campo de concentração fedorento e infestado de piolhos. Diferentemente de seus colegas trabalhadores alemães, os poloneses tinham que trabalhar 24 horas por dia, sem qualquer tratamento médico. Centenas de poloneses camelaram nestas vis condições, como escravos, para o que nosso fashion Hugo Boss fornecesse aos nazi uniformes elegantérrimos.
Atualmente, a marca Hugo Boss, que rende 1 bilhão de euros por ano, é controlada por seus netos. Como ninguém tem culpa da família que tem, né, Uwe e Jochen Boss até tentaram dar uma limpada nessa péssima imagem que o avô lhes deixou, além do dinheiro, óbvio. No ano 2000, uma fundação alemã arrecadou contribuições voluntárias para as vítimas das famílias do trabalho escravo durante o governo socialista-nazista de Hitler. A família Boss teria contribuído com 752.000 euros, menos de 10% do que a marca lucra por ano! Xoxo, né? E o perfume é bem carinho. Abre essa carteira, né Uwe. Deixa de pão-durice, né Jochen, que essa história fedeu.
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