quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Entrevista - Bansimba Kylous, levando sua arte do Congo para o mundo


O artista Bansimba Kilusuamina Kylous, natural do Congo, se dedica à escultura desde 1997 e tem viajado pelo mundo a convite de várias instituições, deixando seu estilo artístico em várias localidades do mundo. Confira a entrevista que o Catanduva Fashion conseguiu com esse artista maravilhoso, como outros que andam por aí espalhados pelo mundo, vivendo de sua arte. O Catanduva Fashion vai em busca deles pra mostrar o seu trabalho e divulgar as várias faces da arte vinda de pessoas de diferentes locais deste planeta, porque descobrir o novo nunca deixará de ser fashion.

Catanduva Fashion - Como você começou a trabalhar como escultor e o que o fez escolher esta carreira?
Bansimba Kylous - Quando eu tinha seis anos eu fiz uma escultura de areia e eu fiz desenhos no chão. Minha mãe os encontrou e percebeu que eu tinha talento, então me aconselhou no sentido de que me enviaria para uma escola de arte quando eu terminasse meus estudos.





CF - Que peças considera suas obras de arte mais memoráveis?
BK - A "Wood Works" (trabalho em madeira) e duas esculturas em cimento com o título: 1 Poder, 2 Submissão, 3 Cansaço.






CF - A quais países você já levou sua arte? 
BK - Angola, Congo Brazzaville e Gabão.

CF - Você tem formação acadêmica ou é auto-didata?
BK - Eu estudei na Academy of Fine Arts Kinshasa (Universidade de Artes Kinshasa).






CF - De onde você tira sua inspiração?
BK - As mulheres ao natural me inspiram muito, porque a beleza feminina é a base da sociedade.





CF - O que significa a escultura pra você?
BK - Pra mim, significa tudo, meu mundo, de alguma forma.






CF - O que você gosta mais de esculpir e por quê?
BK - A mulher e a esperança para as mulheres, vida, a amargura que seria estar num mundo sem alma.






CF - Quais são seus artistas favoritos na História? 
BK - Michelangelo e Congolese Nginamau.






CF - Que outros tipos de arte você aprecia?BK - Pintura e arte em cerâmica.






CF - Meu blog é basicamente sobre moda e beleza. A humanidade no passado não tinha fotos, então só havia as modelos que posavam para pintores e escultores. Você vê alguma espécie de ligação entre a sua arte e a arte dos editoriais de moda de hoje em dia?
BK - Eu penso que a moda é parte da escultura, na parte em que ela é moldada, na sua forma, a estrutura em três dimensões que a escultura proporciona e mostra a beleza, a beleza que também vemos na moda e moda e arte se encontram e se complementam exatamente quando existe esta preocupação com a beleza e a substância, o volume.






CF - Como é a realidade para os artistas do seu país? Conte um pouco sobre a cultura do Congo.
BK - Vivo num país com mais de 450 grupos étnicos e com uma consequente diversidade cultural, mas os artistas não estão satisfeitos com a maneira como vivem porque existe uma deficiência no nosso governo no que se refere ao apoio à arte e à cultura de maneira geral. Isso faz com que os artistas tenham que trabalhar muito duro porque eles precisam alimentar suas famílias, precisam ter seus direitos autorais garantidos, e por isso os artistas do Congo buscam oportunidades em outros países.
Eu sou um artista freelance. Tenho um estúdio onde eu trabalho.





CT - Você ensina?
BK - Sim. Eu ensino desenho, escultura e pintura num centro de treinamento artístico para jovens em Kinshasa. Trabalho com isso já há sete anos.






CF - Fale um pouco sobre seus planos para o futuro. 
BK - Eu pretendo promover um Workshop de Artes Visuais para jovens congoleses. No momento, estou me preparando para uma exibição em 2014, na Europa. Se o Brasil me convidar ficarei muito contente em ver minha arte mostrada no país de vocês.

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