Uma viagem minha nuns vídeos de desfiles antigos, dos idos anos 90, quando as modelos começaram a ser tratadas como celebridades, me fez ter a ideia de lançar a pergunta, para que os leitores comentem, se quiserem: "Quem foi a melhor modelo de todos os tempos?".
Mesmo considerando que antes dos 90, as modelos, com raríssimas exceções jamais apareciam mais que as roupas que estavam vestindo, funcionando bem como um 'cabide humano' mesmo, eu resolvi postar aqui algumas dos anos 80, 70, 60 e 50, pois são nomes que a gente não deixa passar em brancas nuvens.
Primeiro é preciso mostrar como eram as primeiras modelos de verdade (até porque antes delas só existiram as modelos que posavam para pintores ou escultores, basicamente).
Coco lançou a marca mundialmente famosa até hoje, mas suas peças, que revolucionaram a maneira das mulheres se vestirem, eram mostradas em desfiles por modelos que as pessoas sequer sabiam o nome. Elas apenas andavam pra lá e pra cá, com cara de nada, mostrando a roupa.
Antes de se tornar princesa, passar dos 40 anos (foto) e continuar linda, Grace Kelly foi atriz. Ok. Disso todo mundo sabe. Entretanto, antes de se tornar atriz, Grace foi modelo. Mas na época os desfiles também pouco diferiam dos anos 20. Geralmente, elas desfilavam para clientes ricas, que ficavam numa poltrona observando o entra-e-sai de modelos, com diferentes mo-de-los de roupas, pra que elas pudessem escolher qual comprar. E o nome vem exatamente daí mesmo. Modelo, supõem-se deveria ser nada mais do que isso, correto? O modelo de alguma coisa que pretende-se vender a alguém. Até então, ser modelo não era o sonho dourado das garotas. Elas queriam mesmo era ser 'star'...
Marilyn Monroe, por exemplo, começou a carreira como modelo. E o detalhe é que ela não tinha nem 1,70m, além de ter medidas bem mais generosas que as modelos atuais. Como os tempos mudam... Seus quadris, entretanto, foram considerados grandes demais, mas a expressividade dos olhos e sorriso terminou chamando a atenção dos clientes.
"Não fui nem nunca me tornei uma boa atriz", diz até hoje Brigitte Bardot, no que eu discordo muito, pois adorei muitas de suas performances, como por exemplo no filme "La Verité" (A Verdade). Talvez seja exigente demais consigo mesma, talvez seja mesmo verdade. Mas a beleza de sua juventude ninguém pode contestar. Bardot chamou a atenção pela perfeição de suas formas, quando trabalhava como modelo. Como Marilyn, também não era alta e fazia o tipo mignon, mas tinha uma cintura inacreditável, olhos muito marcantes e um rosto que ficava bonito de qualquer ângulo. Ah, e era morena!
Depois que Bartot ficou muito famosa, fez muitas, muitas fotos, como esta daí, que hoje pode ser vista num dos restaurantes mais estrelados de Búzios, antigo reduto de pescadores que ela tirou do anonimato pra sempre, quando passou por lá.
Quando já era a garota que todas queriam ser, Bardot fez um comercial para a Harley Davidson.
Twiggy foi uma modelo dos anos 70 que entronizou pela primeira vez a magreza como ideal de beleza no mundo da moda. Seu estilo foi mais tarde comparado à era 'heroin chic', da qual Kate Moss é a principal representante.
Gia Carangi foi uma lenda nos anos 80 e talvez a única modelo da década a ter conquistado um status quase de supermodelo. Era auto-destrutiva, usuária de drogas e morreu de Aids ainda muito jovem - foi aliás uma das primeiras vítimas da doença que na época ainda era quase desconhecida e não se conhecia nenhum tipo de medicamento que pudesse tratá-la.
A conturbada biografia de Gia rendeu um filme estrelado por ninguém menos que Angelina Jolie. Fair enough.
Cheguei na década que eu mais gosto. Na verdade esta foto de Claudia Schiffer é precisamente de 1989, mas Claudia estourou mesmo foi nos anos 90, tornou-se a queridinha de Karl Lagerfeld e outras marcas e estilistas famosos. Mas ela não estava sozinha nesse pódium. Teve que dividir o posto com outras divas que pela primeira vez na história passaram a ser designadas "supermodels" (por isso, a lista vai ser grande e vão ficar muitas de fora). Pronto. Estavam as modelos para sempre sacramentadas como algo que ia muito mais além do que meros mostruários de roupas. Elas eram as estrelas, tanto quanto ou mais do que as próprias roupas.
Cindy Crawford era a morena páreo duro de Claudia Schiffer. Dona de rosto e corpo super sexy, costumava tirar fotos sempre com um look bem selvagem, os longos cabelos repicados e bagunçados e a boca entreaberta, com a charmosa pinta que a caracterizava, quase como que numa metonímia fashion - quando a parte explica o todo; lembra das aulas de literatura?
Estas coxas provam tudo: eram definitivamente tempos mais carnudos... As modelos eram bem altas, mas não eram tão magras quanto as de hoje.
Naomi Campbell foi a primeira modelo negra a se tornar uma supermodel e é tão super que até hoje pega muitas campanhas, até muito mais que as colegas contemporênas Cindy e Claudia. Tem fama de barraqueira, mas nem isso impediu seu sucesso. Seu desfilar na passarela é inconfundível. Na foto, ela posa para um dos calendários Pirelli.
Christy Turlington tinha traços tão perfeitos, que até hoje... ela continua linda e trabalhando como modelo. Quem quiser pesquise na internet como ela está hoje.
E Linda Evangelista era mais do que linda. Seu rosto conseguia ser ao mesmo tempo simétrico e exótico, a ponto de não haver ângulo de foto em que ela não ficasse bem e também não havia corte ou cor de cabelo que não combinasse com ela. Por isso foi das que mais dinheiro ganhou, na época, e era conhecida como "camaleoa".
Taí a prova de que Linda ficava bem com qualquer cabelo e qualquer estilo: loira, morena ou ruiva, fazendo a clássica, a selvagem, a andrógina, a sexy, a...
Os editorias de Linda marcaram tanto que anos mais tarde influenciou este ensaio com a modelo brasileira Isabeli Fontana.
Stephanie Seymour era voluptuosa e por isso fez muitas campanhas pra Versace, que é um estilista que adora a sensualidade.
Stephanie é tão bonita que esta é ela hoje, décadas mais tarde. E não está com o seu 'toy boy', não. Este é um dos filhos dela. Pasme.
Karen Mulder desfilou para vários estilistas famosos, como Valentino, e fez parte do rol de modelos da Victoria's Secret nos anos 90. Com seu rosto quadrado e lábios carnudos, teria feito até mais sucesso, se no tempo dela não tivesse tantas outras supermodels.
Laetitia Casta, francesa, também desfilou pra Victoria e atualmente ingressou na carreira de atriz na França, tendo interpretado uma conterrânea sua: Brigitte Bardot.
Kate Moss surgiu lá no finalzinho dos anos 90, fazendo um contraponto à voluptuosidade das demais. Kate inaugurava uma nova era: a das 'heroin chic', as tais de tez pálida, cabelos escuros e cara de quem ficou sem dormir a noite toda, fazendo você sabe o quê.
Kate não foi exatamente uma modelo comportadinha. Todo mundo sabe que adorava noitadas, usou drogas e fuma até hoje. E o resultado disso se vê nas rugas e aparência envelhecida que ela ostenta hoje, bem precoces pra idade dela e considerando que ela é uma supermodel e tem acesso aos mais avançados tratamentos cosméticos. Por isso, o photoshop come solto quando ela fotografa hoje em dia. Mas por que então ela ainda é tão convidada? Simples. Além de ser um icon, a estrutura óssea do rosto de Kate é muito especial e, quando maquiada, ela fica absolutamente deslumbrante e misteriosa, como neste shoot pra Roberto Cavalli.
Até que... também no finalzinho dos anos 90, uma garota diferente chama a atenção do estilista britânico Alexander McQueen. "Quem é aquela garota?", pergunta ele quando observava as meninas desfilando pro teste. Naqueles tempos, McQueen era o único estilista que ainda preferia escolher as modelos enquanto elas desfilavam e não analisando seus books de fotos. Esta foi a sorte da brasileira Gisele Bundchen, a primeira brasileira a se tornar uma supermodel. Gisele já havia sido rejeitada pelas fotos, pois estava em voga o tal estilo 'heroin chic' no qual ela não se encaixava, mas ao vê-la desfilando McQueen não teve dúvidas: aquela seria uma das modelos de um dos seus desfiles que eu considero o mais histórico, o tal que teve chuva dourada, que caia e molhava as roupas e os corpos pintados dos modelos, enquanto caía na passarela, fundindo-se e formando verdadeiras lavas metafóricas. Em suma: uma viagem total de Alexander McQueen. I miss him...
Mas voltando à Gisele, depois daquele desfile foi um convite atrás do outro e ela começou a trabalhar como uma louca, mas uma louca workaholic e muito disciplinada.
No auge da carreira, trabalhava todos os dias, horas a fio em desfiles e
ensaios, nem sempre muito simples, como este pra Pirelli, em que ela
teve que se segurar em argolas e cair no mar gelado, no mais puro estilo
"Missão Impossível".
Gisele foi angel da Victoria, mas no auge da fama abandonou a marca e foi criar a própria marca de lingerie.
Quando tentava seu lugar ao sol, Gisele foi muito rejeitada, especialmente porque não tinha a carinha de boneca de Claudia Schiffer, com seu narizinho delicado. Com o tempo, a modelo se tornou a mais bem paga do mundo. Hoje é considerada ubermodel, uma categoria criada pra poucas que, como ela, chegaram onde chegaram e é número 1 da categoria 'icons' do site models.com, juntamente com outras lendas do mundo fashion, como Kate Moss e Naomi Campbell.
Gisele continua trabalhando, embora apenas ocasionalmente, quando lhe dá na telha, já que ela não precisa e não sente necessidade de estar continuamente na mídia, além de ser super família e adorar se dedicar aos filhos.
Mesmo que muitos ainda neguem que ela é a melhor modelo de todos os tempos, uma coisa ninguém pode negar: a de que ela abriu caminho para as brasileiras que, assim, ao lado das russas, passaram a ser as favoritas nas passarelas. Tanto que as modelos que continuam a lista, abaixo, são quase todas brasileiras.
Alessandra Ambrosio, angel da Victoria's Secret e estrela de várias semanas de moda, quando não está desfilando faz a linha boho-rocker, sempre com este ar displicente de quem é linda sem esforço, despretensiosamente.
Izabel Goulart é até mais bonita que Alessandra (na minha opinião), mas acabou ficando na sombra de Alessandra, por ter algumas semelhanças, tanto que muitos gringos até as confundem nas legendas das fotos.
Adriana Lima é considerada a modelo mais sexy do momento e já desfilou duas vezes com o sutiã milionário da Victoria's Secret, cujo desfile anual acontece dia 10 de dezembro (e ela arrasou mais uma vez).
A holandesa Doutzen Kroes tem um dos rostos mais bonitos do mundo fashion atual e também pode ser considerada das melhores modelos que já existiram.
Entretanto foi a sul-africana Candice Swanepoel quem acabou ostentando o Fantasy Bra no desfile deste ano. Candice foi garota propaganda da Colcci e já desfilou no Brasil mais de uma vez. Aliás, já esteve no Brasil várias vezes, país que ela já declarou amar. E também não é pra menos: o namorado dela é brasileiro, gente!
Vou terminar o post com Karlie Kloss, que atualmente ocupa o posto de modelo número 1. Karlie transita do mundo fashion das semanas de moda europeias à sensualidade das lingeries da Victoria, com a mesma naturalidade com que faz editoriais os mais diversos. É uma camaleoa, tem um rosto lindo, é mega alta e também já ganhou a alcunha de "The Body", um corpo magro, mas esculpido pelos anos de balé. Uma modelo carismática e, sem dúvida, das melhores que já existiram. Muitas outras poderiam estar nesta lista, mas estas foram as eleitas pelo blog. Resta ao leitor concordar ou não e fazer o seu comentário...
i think best model would be christy turlington after her laeticia casta
ResponderExcluir...na minha opinião ganham Linda Evangelista e Gisele...com certeza!
ResponderExcluirTalvez seja estranho opinar em meu próprio post, mas devo dizer q concordo com vc, também penso q as melhores da história foram Linda Evangelista e Gisele Bundchen.
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