A ubermodel Gisele Bundchen posou para a mais recente campanha da Louis Vuitton com um cabelo que lembra o look de uma das supermodelos dos anos 60: a alemã Veruschka.
Normalmente as modelos começam modelando e depois, quando se aposentam, viram estilistas ou proprietárias de marcas. Com Veruschka aconteceu o contrário. Ela foi para Florença estudar para ser designer de tecidos, quando foi descoberta por um fotógrafo.
Também, pudera. Veruschka tinha uma compleição física nada convencional. Além de um rosto muito diferente, que fugia dos padrões da bonequinha clássica, Veruschka, que tinha traços tão fortes quanto seu nome, era dona de nada menos que 1,90m de altura, calçava 43 e era magérrima (eu sei que o certo é macérrima, mas eu acho horrível essa palavra, e como eu acho que é a gente que domina a língua e não o contrário, eu me nego a escrever macérrima e pronto).
O jeito exótico de Veruschka fez muito sucesso nos anos 60/70, quando não somente a moda estava em ebulição e muito experimental, mas todo o resto. Toda a sociedade passava por uma série de transformações jamais vistas, com o homem pisando na Lua, descobertas científicas, a pílula anticoncepcional, etc.
Ao lado de Twiggy, Veruschka lançou moda, num tempo em que Londres era tudo e mais um pouco pra esse mundinho dito fashion, exportando muito mais do que moda, mas também cultura, música, artes e todo um estilo de vida. Afinal, não foi nessa época que os Beatles explodiram em todas as paradas? Então...
Como se ainda não bastasse, a diva bonita estranha fotografou com Andy Warhol e Salvador Dalí. Toma, Gisele Bundchen!
Não era só o rosto e o tipo físico de Veruschka que fugiam do trivial. A sua própria história de vida também não foi, digamos assim, normal. Veruschka experimentou os altos e baixos como poucas.
Nascida em berço de ouro, numa família riquíssima, e filha de uma condessa até, acabou ficando à beira da miséria, quando seu pai foi executado na época da Segunda Guerra Mundial, por ter feito parte de um movimento de resistência à Hitler.
Veruschka saiu do luxo para o lixo e do lixo voltou para o luxo, para as páginas de revistas e desfiles de moda. Na época, dizia-se que ganhava 10 mil dólares por dia - o que não era pouco.
Em 1975, porém, a supermodelo decidiu afastar-se dos holofotes e hoje dedica-se candidamente a organizar eventos de arte em seu cafofo post-modern no Brooklyn, em New York.
Nenhum comentário:
Postar um comentário