segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada

Não é de hoje que os cabelos me fascinam. Tive cabelos curtos apenas duas vezes na vida. A primeira delas com cerca de 4 anos de idade, quando ainda não tinha autonomia sobre meu hair style. A segunda delas, já com meus 20 anos, mas não me gostei. Fiquei parecendo um cogumelo. E nunca mais tive cabelos curtos.
Nada contra os cabelos curtos. Eles ficam lindos em determinadas pessoas. E aqui um exemplo: Catherine Zeta Jones, no filme Chicago.



E aqui a brasileira Bruna Lombardi, na minissérie Memórias de um gigolô, dos anos 80. Engraçadíssima com o saudoso Lauro Corona e Ney Latorraca. A história era baseada num romance ambientado nos anos 20, os mesmos do musical Chicago.




É fácil de entender por que os chamados cabelos a la garçonne entraram na moda no início do século 20. Conferiam mais liberdade, representando o desejo de libertar as mulheres de apliques, penteados complicados e otras cositas más. Mas hoje que as mulheres gozam de muito mais liberdade, já não há muito sentido em expressar isso nos cabelos, portanto a maioria, especialmente as brasileiras, preferem os cabelos longos, assim como os homens.
E eu, como mulher, sempre gostei de homens de cabelos longos, pois pra mim eles eram o contrário do 'feminino'. Remetiam-me aos antigos guerreiros com seus cabelos longos como os de Absalão, filho do Rei Davi que tentou lhe usurpar o trono e era reconhecido por sua extrema beleza.
A era grunge resgatou os cabelos compridos masculinos. Quem não se lembra de Brad Pitt em Lendas da Paixão, no auge da beleza?
Nesta foto, o modelo representa Thor.


Alguém consegue ver resquício de feminilidade nisso? Então está provado que cabelos longos não são exclusividade feminina, assim como os curtos não ficam bonitos apenas em homens.

E o que dizer deste modelo de cabelos compridos? Um gato!




Quem já não ouviu falar de Sansão, cuja força residia nos cabelos, e foi traído pela bela Dalila, no cinema interpretada pela belíssima Hedy Lamarr.



Quando eu conheci o Xuxa, grande amor da minha vida e meu primeiro marido, falecido em 2006 num acidente automobilístico, o que primeiro me chamou a atenção foram seus cabelos.


Foi na festa de aniversário do Márcio Costa. Então, mês que vem, fará 17 anos que nos vimos pela primeira vez. Como fui muito distraída, uma amiga olhou primeiro pra ele e disse: "Olha que moço bonito! Parece o Brad Pitt". Era setembro de 1996 e até quem não tinha os cabelos bonitos tratava de deixá-los crescer. Mas o Xuxa sempre teve cabelos lindos, os cabelos mais lindos que eu já havia visto.
Ele tinha grandes olhos azuis, um sorriso cativante e era muito tímido. Mas o que mais me atraiu foi sua simplicidade e seu jeito doce. Um homem tem que ser muito macho mesmo pra ser tão doce.
É difícil saber se uma pessoa é boa ou não só pela aparência, mas com o tempo ele provou ser bom por dentro e por fora e após sete anos nos casamos.
Eu nunca deixei ele cortar o cabelo. Era o contrário da Dalila. Quando ele cortou uma vez, fiquei brava e ele disse: "Vai crescer, vai crescer...". E olhava desesperado pro retrovisor do carro.
E cresceu.
Até que alguns anos depois eu tive que tomar uma difícil decisão. Ligaram-me do hospital pedindo permissão para cortar seus cabelos, pois precisavam lhe fazer curativos na cabeça. Não podia pensar em vaidade naquele momento, então permiti sem nem pestanejar.
Eu sei que não tinha como prever o que ia acontecer e no fundo tinha esperanças de que ele ia ficar bom, mas às vezes quando me lembro da forma como as coisas fatalmente aconteceram eu sinto uma ponta de arrependimento por ter permitido que lhe cortassem o cabelo. Fiquei imaginando o que fizeram com o lindo cabelo dele. E quando cheguei a casa, após a confirmação de sua morte, sai pelos quartos catando os fios de cabelo soltos no chão e presos em suas roupas no guarda-roupa. E os guardo até hoje. São partes dele que eu tenho comigo. Parte material, pois a espiritual segue sempre comigo.
Pode parecer mórbido para quem lê isso, mas para mim não é, pois nada que diga respeito a ele me faz pensar em morte, mas apenas em separação momentânea. E foi por isso que sem nem pensar direito eu arranquei fios dos meus cabelos e coloquei em cima do corpo dele, antes de fecharem o caixão. Depois me aproximei do seu rosto e sussurrei: "Tchau, amor. Até o dia que a gente vai se ver de novo". E assim está lá parte do meu DNA e parte do DNA dele comigo.
Os cabelos realmente têm um grande poder, um grande mistério. Cabelos nascem, crescem sem parar, são cortados a vida inteira e continuam vivos após a morte do corpo. É quase um organismo à parte, como uma espécie de alma, sei lá.
Através dos cabelos as pessoas transmitem mensagens, sobre o que acreditam, sobre suas religiões, rebeldias e personalidades. Os cabelos, como diz minha cabeleireira, são a moldura do rosto, e parte da beleza de muitas atrizes advém dos cabelos.



Também nas fábulas, os cabelos encantaram, como no conto da princesa Rapunzel.



Cabelos tornaram-se também quase sagrados, quando Maria Madalena enxugou os pés de Jesus com sua longa cabelereira.






Era também através dos cabelos que muitas culturas demonstravam seu luto e sua dor. Os antigos israelitas, por exemplo, chegavam a raspar a cabeça em sinal de dor e pesar. Cortar os cabelos de uma dama poderia ser também para lhe impor vergonha. E há também religiões que obrigam as mulheres a cobrirem seus cabelos, por considerarem o brilho do cabelo algo muito sensual.



Antigamente, as mulheres tinham em seus cabelos símbolos de feminilidade e beleza. A imperatriz Sissi os tinha muito longos, e costumava gastar quatro horas penteando-os.





Quanto à cor, um dia já disseram que eles preferem as loiras. Será mesmo?



Eu digo que hoje em dia as morenas têm feito muito sucesso.




Seja como for, os cabelos de Gisele, marrons no começo da carreira e agora loiros, sempre fizeram sucesso por seu volume e brilho, o que mostra que não importa a cor ou como sejam os cabelos, mas sim que sejam bem tratados e tenham a ver com a pessoa.

Estes, no caso, foram tratados pelo cabeleireiro Tonny Eros, de Catanduva:



Resumindo, desde que a humanidade existe, os cabelos compridos parecem fazer sucesso.


E de fábula em fábula, foram surgindo as "Rapunzéis" da vida real:





Mas nem toda Rapunzel tem que ter cabelo liso. Solange Bowles, irmã de Beyonce, ficou linda neste visual.


Eles também podem ser da cor do fogo.





Ou podem girar ao ritmo da dança, como os cabelos da dançarina de dança do ventre Mia Shauri.



Mas o importante é que as mulheres sempre vão adorar cultivar um maravilhoso cabelão.


7 comentários:

  1. ...eu sei o tanto que é fascinada por cabelos Dri...vc sempre falava dos meus cabelões ruivos lembra??? agora eles tão curtos e ralos...mas ainda gosto deles...kkkk

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  2. Elen, eu pintei de vermelho durante uns 7 anos! Vê só. Talvez vc esteja estressada, já tentou conversar com uma cabeleireira a respeito desta mudança no teu cabelo?

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Ja sim Dri....e é totalmente isso! Puro emocional...so me resta cuidar da mente ne? kkk

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