sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Uma época de primeiras-damas charmosas e presidentes assassinados


Ninguém discute o charme e o senso fashion da mais famosa primeira-dama da História: Jacqueline Bouvier Kennedy.
Seu estilo de vestir foi dos mais imitados do século XX e exerceu um poder impossível de se medir, mas talvez decisivo para a candidatura de seu marido, tanto que sua presença nos eventos que envolviam a política era considerada fundamental por quem cuidava da imagem do presidente e, certa vez, ao cogitar a separação, ante às constantes traições do marido, chegou a ser persuadida pelo sogro sobre o estrago que iria causar não somente à família Kennedy mas a toda a carreira política do marido e ao destino do país. Ela reconsiderou.
Claramente não era uma mulher de rompantes, mas classuda, inteligente, estratégica e, acima de tudo família e protetora da mesma. Quando o filho John Kennedy Jr. se enamorou de Daryl Hannah - a sereia de Splash - ela deixou bem claro que não gostaria que ele se casasse com uma atriz. Talvez um trauma pelo mais famoso dos affairs de JFK, Marilyn Monroe, uma atriz.


Marilyn, impulsiva como era, teria telefonado para Jackie certa vez, contando-lhe que estava tendo um caso com seu marido e que em breve ela seria a primeira-dama em seu lugar, ao que Jacqueline, fleumaticamente, teria respondido: "É mesmo? Que bom. Então eu estou me retirando dos meus estafantes afazeres neste momento e você pode se mudar aqui para a Casa Branca e ficar com todas as responsabilidades no meu lugar, ok?". 'Glurp!' Marilyn deve ter engolido essa em seco, pois não era lá muito afeita a responsabilidades.

Talvez a vida infeliz no lar tenha levado Jackie a ser uma consumidora compulsiva. Fazia um rombo na carteira dos Kennedy's, comprando peças e mais peças, principalmente das marcas Gucci e Chanel.
O estilo inconfundível de Jackie era o look de cortes simples, combinados com acessórios poderosos. São marcas registradas suas os óculos lupa, o colar de pérolas e o tailler Chanel.

Mas o Brasil também teve, na época, uma primeira-dama para se orgulhar: Maria Teresa Goulart. Aliás, as duas eram até comparadas.


Como Jacqueline, Maria Teresa também era jovem. Aliás, casou-se muito jovem, com 17 anos.
Também como Jacqueline, foi traída diversas vezes por João Goulart, popularmente conhecido como Jango, mas a quem, apesar das brigas, sempre voltava e jurou amar até o fim (garantem os filhos).
Como a norte-americana, Maria Teresa era muito chic e foi muito copiada. Apenas penso que a nossa brasileira era mais bonita.





Diferentemente de Jackie, que se casou com o milionário grego Aristóteles Onassis após ficar viúva, Maria Teresa não teve uma vida fácil após a viuvez. Criou os filhos com as dificuldades advindas da perseguição política a que Jango foi submetido.

Este ano, a Justiça Brasileira confirmou finalmente acreditar na possibilidade de Jango ter sido morto pelos militares, aos 57 anos, em 1976. Isso porque um agente uruguaio confessou ter feito parte do plano para assassinar Jango. Teria sido o crime 'quase' perfeito: colocar veneno nas pílulas que João Goulart tomava para o coração. Eles temiam que o presidente arquitetasse uma volta ao poder.

A filha de Jango afirma acreditar nessa teoria e o corpo de seu pai será exumado em breve, mas será que vão descobrir algo? Uma coisa é certa. O causa mortis que consta no atestado de óbito de João Goulart é bem estranha: "enfermidade". Que enfermidade???

Tudo isso só prova duas coisas. A primeira delas: a de que a História Brasileira ainda é muito nebulosa e tem muito a nos explicar, principalmente nos anos da ditadura, iniciados com o Golpe de 1964. Quando os militares tomaram o poder, com o respaldo dos Estados Unidos e o presidente  que substituiu John Kennedy - este havia sido assassinado um ano antes, após um histórico de espionagens e alianças com militares brasileiros - João Goulart decidiu não reagir e recolheu-se para uma fazenda no Rio Grande do Sul, tendo sido após exilado no Uruguai. Muitos o acusam de fraco e covarde. Por que não teria reagido o presidente que tanto defendeu a reforma agrária e uma distribuição de renda mais igualitária - motivos que teriam levado os Estados Unidos a temerem que o Brasil estivesse pendendo para o lado dos socialistas, enquanto os esquerdistas do Brasil jamais o consideraram como tal, acusando-o de "fazer alianças demais com os de direita".
Goulart até o fim afirmou que tudo que quis foi evitar um inútil derramamento de sangue, jurou que só quis evitar a guerra. Uma guerra que já estava perdida. Aviões de guerra norte-americanos, um dia antes do golpe, estavam devidamente posicionados em alto-mar, sobre uma base em território brasileiro, somente esperando uma ordem do presidente norte-americano para atacar. Como Goulart simplesmente se retirou, não houve necessidade de ataque. Aliás, a declaração de tomada do poder dos militares foi uma das maiores furadas da história, pois Goulart encontrava-se em território nacional (o Rio Grande do Sul) e não poderia por isso mesmo ser considerada uma renúncia à presidência. Obviamente que depois, até para proteger a família, Goulart deixou o país, e após seu assassinato, os filhos foram morar em Londres, pois havia o medo de que o mesmo pudesse acontecer com o resto da família.
Teria sido Goulart um incompreendido? Isto nunca saberemos por completo, mas seu assassinato, tal qual o de Kennedy, continua um mistério, e a beleza e graça de suas mulheres continuam etéreas e ícones forever.

Mas e a segunda coisa que eu ia dizer que este post prova? Que o Brasil e o mundo certamente já tiveram primeiras-damas muito mais glamourosas. Afinal, alguém aí tem vontade de imitar a Dilma?

Um comentário:

  1. Quem já leu as biografias de Marilyn sabe que nunca foi realmente comprovado o romance dela com Kennedy. As fotos que circulam pela net são falsas, produzidas por um fotógrafo que usou como modelo duas sósias. Foi uma encenação. Pode observar que não aparece o rosto deles.

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