quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Indonésia elege Miss Muçulmana e protesta contra o Miss Mundo 2013
A Indonésia elegeu sua Miss Muçulmana Mundo 2013, a nigeriana Obabiyi Aisha Ajibola, num concurso que aconteceu quase às barbas do oficial Miss Mundo 2013, o qual está sendo sediado naquele país.
Obviamente a intenção do concurso não foi apenas a de valorizar a beleza das mulheres muçulmanas, mas também disseminar sua filosofia, na tentativa de ofuscar o oficial Miss Mundo, que tem sido alvo de protestos religiosos naquele país. A faixa segurada por estes manifestantes diz: "Miss Mundo, vá para o inferno".
E vocês pensam que só os homens aceitam esta opressão? Não. Muitas mulheres não somente aceitam serem subjugadas e vêem a própria beleza como algo vergonhoso que deva ser coberto, como também incentivam a perseguição aos que querem viver de maneira diferente. Nesta faixa empunhada por estas muçulmanas, pode-se ler algo do tipo: "Boicotem e prejudiquem qualquer hotel que esteja aceitando a delegação do Miss Mundo 2013".
Fica um clima tenso no ar, principalmente quando lembramos que anos atrás houve uma atentado muçulmano terrorista em Bali, que matou vários turistas. E vale lembrar também que neste Miss Mundo as candidatas foram proibidas de desfilar de biquini. Não estou falando do Miss Muçulmana, não. Eu me refiro ao Miss World 2013 oficial, no qual as candidatas tiveram que se cobrir com uma canga na hora da prova do biquini. Ridículo. É concurso de beleza ou não é?
De que maneira pode-se julgar a beleza se a única coisa que pode-se ver é o rosto, coberto com maquiagem pesada? É pra se julgar a roupa então? Ou as mãos talvez.
Se a religião lhes prega a modéstia e ausência total de vaidade, por que então se cobrem de joias, tecidos finos, roupas, bolsas, sapatos e outros acessórios caríssimos e maquiagem pesadíssima? Basta andar por Dubai que é possível ver mulheres muçulmanas aparentemente bem castas, mas cobertas de diamantes e das marcas mais caras que existem. Isso é modéstia? Isso não é vaidade? Que contradição!
Na minha opinião, promovendo concursos como esse e boicotando concursos que já existem, elas só provam que no fundo, no fundo, elas gostariam de fazer tudo aquilo que a religião não lhes permite. Promovendo um concurso de beleza, elas assumem que gostam deles. Às vezes o que odiamos tanto é o que queremos ser. Nelson Rodrigues que o diga. Afinal, que mulher não gosta de ser apreciada por sua beleza? Este episódio também me faz lembrar de quanto os bolcheviques tomaram o poder na Rússia e confiscaram as joias da família real, arrancando-lhes as pedras maiores, que eram enviadas diretamente aos cofres do governo, para financiarem os ideais do partido. Entretanto, duas peças permaneceram incólumes, tanto que podem ser apreciadas num dos museus russos até hoje: a coroa e o cetro real, das joias mais imponentes de todas. Estas duas peças eles mantiveram intactas. Mas por quê? Se o ódio à monarquia era tanto, não seria de se esperar que ao invés de serem motivo de orgulho tais peças tivessem sido motivo de vergonha e que, por isso mesmo, tivessem que ser despedaçadas? Talvez fossem bonitas demais para serem destruídas. Talvez o que mais odiamos é o que queremos ou o que queremos ser.
Enquanto isso, no mesmo país, o Miss Mundo continua e deve eleger sua Miss no final do mês. Na foto acima, a Miss China e a Miss Finlândia.
Sancler Frantz, a Miss Brasil Mundo.
Adorei a jaquetinha de couro.
Elena, a Miss Espanha, é uma forte concorrência à Frantz.
Diretamente da terra do Senhor dos Anéis, A Miss Nova Zelândia, Ella Langsdorf. Veio de um país tão calmo... cujo ápice da tensão é o mau-humor de um rebanho de ovelhas. Deus as livre da fúria islâmica. Inshallah!
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