quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tiaras incríveis

Tiaras servem para muito mais do que segurar o cabelo. Desde milhares de anos antes de Cristo existe a fascinação por cabeças coroadas, por encher de joias o ponto mais alto do nosso corpo.
O Catanduva Fashion selecionou algumas das tiaras mais originais e incríveis. Nada que você possa encontrar na lojinha da esquina. São verdadeiras relíquias e autênticas joias, cheias de história e cujos donos se foram e elas ficaram. Resta a nós admirá-las...



A tiara de rubis e diamantes em forma de folhagens e pequenas cerejas enfeitou primeiramente a cabeça de Desirée, paixão de Napoleão Bonaparte, e hoje está em poder da princesa Mary da Dinamarca.





Tiara de esmeraldas que pertenceu à imperatriz Marie Louise, esposa de Napoleão.





Tiara de águas-marinhas brasileiras, presenteadas à rainha Elizabeth da Inglaterra, pelo governo brasileiro, nos anos 50.




Tiara escocesa de pérolas e pedras em formato de cavalos marinhos.




Tiara de diamantes, que imita uma cachoeira congelada.




Diadema da casa de Savoia.




Tiara no estilo dos anos 20, usada pela princesa Victoria da Suécia.




A tiara camafeu pertenceu a Josephine, uma das esposas de Napoleão. Séculos mais tarde, foi com ela que a rainha Sílvia se casou e também sua filha Victoria.




A magnífica tiara borboleta, de 1900.




Esta coroa pode até não ser lá tão bonita, mas é antiquíssima e pertence ao museu de Bagdah. Pertenceu ao rei Nimrod, um dos mais antigos monarcas da história da humanidade, descrito na Bíblia, no primeiro livro de Gênesis; possivelmente o rei que ordenou a construção da Torre de Babel. Historiadores afirmam ter sido ele neto de Noé.





Esta tiara de pérolas e esmeraldas pertenceu a Ana Bolena, umas das esposas de Henry Tudor e mãe de Elizabeth, a Elizabeth da nossa exposição Fashion History.




Outra joia que Ana Bolena ostentou, antes de perder a cabeça.




Esta magnífica tiara de safiras e rubis foi usada recentemente pela argentina e agora rainha Máxima da Holanda, em sua cerimônia de coroação.




Já esta original e delicada tiara não pertenceu a monarca nenhuma, apenas a rainhas da beleza. A tiara Phoenix foi desenhada para coroar as misses Universo de 2002 a 2007.




Tiara italiana magistralmente desenhada em formato de rosas e galhos.




Esta tiara não é das mais valiosas, mas é incrivelmente bela, com borboletas cravejadas de safiras rosas, sobre pedras da lua.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Audrey Hepburn: a mais perfeita imperfeição

Ah, estes olhos inconfundíveis... O rosto de Audrey Hepburn foi eleito recentemente o mais bonito do século 20, mas será que ela se considerava assim? Humilde como parecia ser, certamente que não. E mesmo matematicamente falando em simetria, em perfeição de traços, menos ainda. Duvida? Então olhe abaixo.


Nesta reportagem, Audrey admite: "Tenho uma aparência engraçada: cabelos lisos e grossos demais, olhos muito grandes, boca muito larga, nariz muito longo e dentes tortos". Outra vez, Audrey disse: "Não sei o que vêem em mim. Sou magra demais, não tenho seios, tenho pés grandes, pescoço longo demais. Não sei como podem me considerar atrativa".



Realmente, perto de suas contemporâneas hollywoodianas, Audrey fazia o contraponto, com seu corpo super magro ausente de curvas. Mas mesmo num tempo em que o ideal de beleza pedia uma silhueta com curvas tipo ampulheta, seios fartos e quadris voluptuosos, Audrey nadou contra a maré e imprimiu um outro padrão de beleza totalmente avesso ao da época.



Seu mais icônico vestido foi desenvolvido especialmente para seu corpo sem curvas e é dos vestidos mais famosos de todos os tempos.



Aqui pra quem quiser copiar seu estilo numa versão mais simplesinha e moderna.




E por falar em moderna, era isso sintetizava Audrey: vanguarda, estar sempre à frente, lançando moda, fazendo a diferença. Aqui no filme "Two for the road" ela arrasa num modelo prata futurista de Paco Rabanne, que nunca saiu de moda e que inspira outros vestidos até hoje, como o modelito abaixo, da loja Cortiço, que em Catanduva fica no Garden Shopping:


Alguém duvida que este modelito é super Audrey anos 60?



No cinema, o personagem mais famoso de Audrey foi como Holly no filme "Bonequinha de Luxo". O personagem, uma garota de programa, foi oferecido primeiro a Marilyn Monroe, que o rejeitou, cabendo assim a Audrey a segunda opção. Uma segunda opção majestosa, diga-se de passagem, pois hoje não podemos imaginar outra Holly que não seja na pele de Audrey.



No filme, Audrey interpreta uma garota de programa que toma seu café da manhã todos os dias admirando a vitrine da Tiffany's, uma famosa joalheria. E qual garota de vez em quando não namora uma vitrine? Ainda mais de joias... Audrey terminou conferindo à sua prostituta um ar refinado que talvez nenhuma tenha tido até hoje. E talvez por isso mesmo tenha sido um personagem tão singular.



E toda mulher da vida que se preze acorda tarde, mas no caso de Holly até pra ser vulgar tinha que ter classe e isso incluía a venda de olhos fashion e ser acordada por um gato. Nem vou falar do penteado...




Audrey e seu sorriso cativante.



Em Funny Face ela vestiu o que eu considero seu mais lindo figurino, by Givenchy, of course.



Aqui o vestido de frente.




Uma foto rara de Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de Luxo).





Pra fazer uma Audrey cinquentinha, é disso que você vai precisar.



Pra uma Audrey mais clássica e invernal, vá de eterno trench-coat, sapatilhas e roupa preta.



Audrey usou muito este estilo de chapéu a la Jackie Kennedy, com luvas e casacos muito estilosos, de corte perfeito. Suas roupas, em sua maioria, eram simples, mas exalavam refinamento.



É claro que isso não quer dizer que Audrey era uma só ou que usava sempre o mesmo estilo. Que coisa chata teria sido. Aliás, foi isso que a fez tão fashion e versátil, com um estilo divertido e ousado sempre. Aqui ela mergulha no psicodelismo do final dos anos 60.


E aqui ela arrasa com seus óculos de aros brancos.




Os enormes chapéus estão para Audrey assim como o vestido frente única para Marilyn.




Audrey e uma maquiagem bem psicodélica.




Os estilistas que revelaram a beleza de Audrey não esconderam seus aparentes 'defeitos'. Ao contrário, enfatizaram-nos, como seu pescoço longo, aqui exagerado pela caricatura.



 Audrey era tão fashion e dona de uma beleza tão diferente do padrão que em "Funny Face" (Cara Engraçada) ela interpreta uma bibliotecária sem qualquer vaidade, que é descoberta pela indústria da moda.



Aqui com uma modelo da época (Dovima), nas filmagens do mesmo filme, ainda vestida como a desleixada bibliotecária.



Dentro e fora das telas, Audrey era tão, mas tão fashion, que estampou as páginas de diversas revistas.




Seu estilo era tão copiado que virou até paperdoll, aqueles vestidinhos de recortar e vestir a bonequinha de papel. Quem viveu a infância nos anos 70/80 brincou disso.




Uma prova de que seu estilo continua atual: este macaquinho poderia ser usado hoje, tranquilamente.




Ou ainda este look mais casual, de shorts, camisa xadrez e tamancos.



Audrey contracenou com Humphrey Bogard em Funny Face.




Encarnou a sensual Holly em Bonequinha de Luxo.




E foi uma menina tão doce quanto Bambi, quando era mais menina. De beleza irretocável, com todos os seus defeitos e aparentes imperfeições.




Seus pés grandes foram enfatizados ainda mais pelas sapatilhas e isso virou sua marca registrada, tanto quanto os vestidos que revelavam seus ombros largos e pescoço comprido, bem como sua magreza, que hoje é tão desejada, mas na época não era tanto. Aliás, Audrey, conforme pesquisas científicas apontam, não fazia esforço para ser magra. De origem belga, a atriz passou fome em campos de concentração nazistas, quando era muito jovem. Certa vez, contou que chegou a comer grama e tulipas.
Os estudos científicos divulgados recentemente concluíram que os anos de inanição contribuíram para que Audrey desenvolvesse futuramente anemia, problemas respiratórios e outras doenças no sangue.
Talvez de sua história de vida tenha vindo tanta beleza, a beleza que tantos enxergaram. Alguém que não necessariamente está 'no padrão', mas alguém tão castigada pelos sofrimentos da vida, que transmite a beleza e a força da experiência. Certa vez ela disse que, depois do que vivera nos campos de concentração, nada mais passou a ser difícil pra ela. Talvez esta confiança adquirida tenha feito com que ela galgasse o sucesso, deixando pra trás as lembranças trágicas da guerra e suas privações, sem portanto esquecer totalmente, para que isso viesse a nortear aquilo que foi a sua melhor beleza: seu caráter. Ou seja, ela soube se utilizar desse sofrimento não para se tornar uma pessoa rancorosa, vingativa ou mal-agradecida, mas para ser feliz com o que a vida lhe dava e para minimizar o sofrimento dos outros, assim que ela teve oportunidade de fazê-lo. Esta era a eterna e verdadeira beleza de Audrey.





Talvez por ter experimentado a fome na própria pele, Audrey doou muitos dos seus últimos anos de vida ajudando crianças carentes na África. Em vez de sair por aí adotando um único bebê de cada continente, para ostentar feito um pet, como o fizeram Angelina Jolie e Madonna, Audrey preferiu ajudar várias, centenas delas, em projetos que fizeram diferença.




Audrey partiu cedo deste mundo: aos 63 anos, mas antes nos deixou uma lição de beleza. "Para olhos bonitos, olhe para o que há de bom nos outros. Para belos lábios, expresse palavras de carinho. E para ter uma boa postura, caminhe tendo a certeza de que você nunca está sozinho".




A bela por dentro e por fora ainda nos deixou mais uma lição.


"Lembre-se: se você precisar de uma mão auxiliadora, esta mão estará no final do seu braço quando você ficar velho. Lembre-se que você tem outra mão: a primeira é pra ajudar a você mesmo, a segunda é pra ajudar os outros". (Audrey Hepburn)